Trabalhadores da açucareira de Xinavane em greve, exigindo aumento salarial

 Houve confusão hoje, na fábrica de produção de açúcar de Xinavane, Tongaat Hullet. Os trabalhadores da empresa, de nacionalidade moçambicana, reivindicam aumento salarial e protestam contra a contratação de mão-de-obra estrangeira e a baixo custo para demitir aqueles que exigem melhores condições.



Há relatos de que alguns trabalhadores foram detidos enquanto marchavam e até vandalizaram partes da empresa e as casas dos seus colegas que exercem cargos de chefia. O Posto Policial de Xinavane também foi atingido, sendo que, na tarde desta quarta-feira, esteve em chamas. Um agente foi ferido.


O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, visita a empresa esta quinta-feira, para se inteirar melhor sobre o assunto. As greves por motivos salariais na açucareira de Xinavane são antigas e nunca tiveram solução.


Segundo alguns trabalhadores, há vários indivíduos que trabalham naquela companhia há mais de cinco anos, mas nunca tiveram aumento salarial.


VANDALIZAÇÃO DEIXOU FAMÍLIAS AO RELENTO


Não bastasse a queima de residências, houve pilhagem de bens em várias casas em Xinavane. A equipa do jornal “O País” esteve no local dos acontecimentos e viu, de perto, pessoas que não tinham onde dormir.


Uma dessas pessoas é Zeferino Gaspar, trabalhador  da açucareira, que vive numa das casas geridas pela Tangest Hullet Moçambique, empresa que opera na açucareira.


Conta ter ouvido a agitação e pela dimensão, ele e a família puseram-se em fuga.


Nesse momento, conta, os manifestantes vandalizaram a sua casa e tudo levaram.


“Vou dormir em casa de um amigo”, disse Gaspar, relatando que seu carro particular foi vandalizado. E mostrou a viatura. Mas havia as que chamavam mais atenção pelo nível de danos. Aliás, algumas viaturas transformarem-se em carcaças.


O chefe do posto administrativo de Xinavane, Manuel Uanzo, estava numa situação pior. Toda a casa se tinha transformado em escombros. A casa foi queimada e nada havia por recuperar.


Em conexão com os protestos caracterizados por vandalização, pilhagem, barricadas na via de acesso e incêndio a casas e carros, foram detidas 26 pessoas no posto local de Polícia. Entretanto, na terça-feira, foram detidas outras sete pessoas, até porque a manifestação iniciou a 1 de Fevereiro.


Ouvimos a direcção da empresa, que disse estar a aberta a resolver a preocupação dos trabalhados, que não foi resolvida em mais de 20 dias desde que arrancou a greve.


 

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