MOÇAMBIQUE está comprometido em reduzir os actuais índices de insegurança alimentar e desnutrição crónica, num contexto em que 24 por cento da população não tem acesso regular e permanente a alimentos, em quantidade e qualidade suficiente para a sua sobrevivência.
As estatísticas mostram que a taxa de desnutrição crónica reduziu de 43 para 38 por cento nos últimos anos, exigindo ainda a adopção de medidas estruturais para a melhoria da segurança alimentar e nutricional das famílias.
É a olhar para estes desafios que o Governo se reuniu ontem, na cidade de Maputo, para debater e validar o compromisso a ser apresentado na Cimeira Mundial de Tóquio sobre Nutrição para o Crescimento, a ter lugar nos dias 7 e 8 de Dezembro.
A secretária-executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN), Celmira da Silva, disse que o Governo, a sociedade civil e parceiros estão comprometidos com a segurança alimentar e nutrição no país.
“A segurança alimentar e nutricional é um direito de todas as pessoas a todo o momento. O acesso físico, económico e sustentável a uma alimentação adequada para satisfazer as suas necessidades e preferências alimentares, em quantidade e qualidade aceitável num contexto cultural e saneamento adequado, serviços e cuidados de saúde, permite uma vida saudável e criativa”, disse.
Tendo em conta os desafios que o país enfrenta, o Governo tem focalizado as intervenções no aumento da produção e produtividade agrícola, acesso à água, saneamento e cuidados de saúde.
A directora de Políticas e Planificação no SETSAN, Cláudia Lopes, destacou o fortalecimento das intervenções na área da Saúde, focando nos grupos mais vulneráveis, como as crianças e mulheres.
Defendeu a necessidade de assegurar a provisão de água potável e saneamento do meio como uma das intervenções para reduzir a desnutrição crónica.
“Temos vindo a desenvolver acções na área de água e saneamento porque não basta garantir alimentos e cuidados de saúde”, afirmou.
Explicou que a Cimeira de Tóquio acontece num contexto em que o país enfrenta desafios no que diz respeito à segurança alimentar e nutricional, apesar dos passos dados na melhoria de políticas e estratégias do sector.
O representante residente da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), Hitoshi Matsumoto, encorajou o Governo e parceiros a trabalharem por forma a tornar a nutrição integral para a cobertura universal de saúde e desenvolvimento sustentável.
Para Matsumoto, é preciso construir sistemas alimentares que promovam dietas e nutrição saudável e segura, a subsistência dos produtores, pensando sempre na resiliência, principalmente em contextos frágeis e de conflitos, como forma de lidar com a desnutrição de forma eficaz.
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