A polícia ugandesa interrogou hoje dois destacados deputados da oposição, acusados de orquestrarem uma onda de assassínios com machetes, que fizeram dezenas de mortos no sul do país.
A população das aldeias na região de Masaka, situada a cerca de 150 quilómetros a sudoeste da capital do Uganda, Kampala, tem sido aterrorizada nos últimos dois meses por bandos, que a polícia diz terem matado cerca de 30 pessoas, principalmente idosos, nas suas casas, durante a noite.
Citado pelo Notícias ao Minuto, o porta-voz da polícia ugandesa, Fred Enanga, revelou que 12 pessoas foram já acusadas de homicídio e terrorismo e outras 11 foram detidas.
Enanga indicou, ainda, que alguns suspeitos revelaram que os deputados Muhammad Ssegirinya e Allan Sewanyana tinham organizado os ataques “para espalhar o medo entre o povo e fazê-lo odiar o Governo”.
Os dois homens, membros da Plataforma Nacional de Unidade Nacional (NUP, na sigla em inglês) do líder da oposição, Robert Kyagulanyi, conhecido pelo nome artístico Bobi Wine, estavam hoje a ser interrogados pela polícia, pelo segundo dia consecutivo.
Por sua vez, o antigo músico e actual deputado líder da oposição no país afirmou que as acusações foram fabricadas pelo Governo do Presidente Yoweri Museveni para desacreditar a oposição.
“Quando o Presidente disse recentemente que a oposição estava por detrás das mortes, achámos que era uma piada de mau gosto. Mas quando a polícia convocou os nossos deputados, percebemos que o plano do regime para implicar os líderes do NUP nos assassínios estava em acção”, afirmou Bobi Wine.
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