O mercado imobiliário africano poderá recuperar-se dos efeitos da pandemia da COVID-19, no primeiro trimestre de 2023. Quem o diz é Malcolm Horne, CEO da Broll Group, a maior firma fornecedora de serviços imobiliários no continente.
Malcolm Horne, que participa na décima segunda edição do Africa Property Investment (API) Summit 2021, de 6 a 10 de Setembro, acredita que a melhoria no sector imobiliário se deverá, em parte, à experiência com o mercado.
Por outro lado, Horne aponta o processo de vacinação contra a COVID-19 como uma porta de esperança, para a abertura do ambiente económico, que se encontra fragilizado desde a eclosão da pandemia da COVID-19 em 2020.
“O nosso sucesso é construído com base num conhecimento e experiência aprofundados e assente numa compreensão tangível dos mercados locais em toda a África. Tal permite-nos oferecer soluções imobiliárias de ponta, baseadas em serviços imobiliários estratégicos e totalmente integrados”, disse Malcolm Horne.
No entanto, isso não basta e Malcolm Horne acrescenta que “na qualidade de fornecedor líder de soluções imobiliárias, estamos atentos na implementação do processo de vacinação em África e a respectiva recuperação económica em todo o continente”.
O empresário não pára por aí. Aponta, igualmente, a importância da tecnologia para a dinamização do sector imobiliário, sobretudo para o aumento das receitas e activos no âmbito de um mercado sustentável.
Entretanto, Malcolm Horne é cauteloso nas suas projecções, afirmando que “não acho que teremos necessariamente a mesma tendência que se observa nos países do primeiro mundo, em que a maior parte dos empregos perdidos devido à COVID-19 será em larga medida recuperada até ao final do ano de 2023”.
O empresário imobiliário sabe que o restabelecimento de emprego no sector será um dado importante e impulsionador da recuperação global, no geral. Por isso, sugere que o sector esteja devidamente preparado para responder aos desafios do mercado.
Para o ânimo que se pretende no sector imobiliário, Malcolm Horne propõe em que subsectores imobiliários os investidores devem dedicar a sua maior atenção.
“Os verdadeiros desafios encontram-se nos escritórios, no retalho e nos hotéis. No caso do retalho, o sector continua a atrair investimentos. Houve grandes retalhistas a saírem de alguns mercados africanos, mas, se olharmos para a tendência internacional, um grande número de proprietários investiu efectivamente em retalhistas para garantir o seu relançamento”, observou Malcolm Horne.
O empresário prossegue: “observámos uma tendência semelhante em África relativamente ao ressurgimento do interesse dos investidores locais no sector retalhista”.
O representante da maior firma de serviços imobiliários de África disse, entretanto, que nem vai mal, até porque houve boa parte de subsectores imobiliários que se deu ou se tem saído bem antes e durante o período da crise sanitária em que o mundo se encontra.
“Os vencedores óbvios são a indústria, os centros de dados e o estilo de vida, este último focado no bem-estar e na vida saudável, bem como nos cuidados de saúde. Estes saíram-se muito bem. Se compararmos com África, também eles se saíram igualmente bem no continente”
Horne revela optimismo quanto ao futuro do sector imobiliário em África, até porque a firma que representa está com olhos postos no fortalecimento do núcleo do negócio e torná-lo cada vez mais resiliente e flexível.
Malcolm Horne não esconde incertezas sobre a trajectória do continente em relação ao avanço de vacinação contra o novo Coronavírus. Em África, o número de pessoas vacinadas ainda está longe do desejado, porém a esperança é a última a morrer.
“Esperamos que, no primeiro trimestre de 2023, os problemas de oferta e procura de vacinas tenham sido amplamente resolvidos, para que consigamos ganhar impulso em todo o continente no âmbito da campanha de vacinação”, assim deseja Malcolm Horne.
“Isso será positivo e marcará o início de uma aceleração da actividade económica. É crucial que os confinamentos não sejam instituídos novamente e é, por isso, que uma distribuição bem-sucedida da vacina é tão crucial”, sublinhou.
Para Horne, a décima segunda edição do Africa Property Investment (API) Summit 2021 tem o potencial de atrair um leque de “stakeholders”, entre investidores, compradores, fornecedores de serviços e financiadores.
Neste evento, Moçambique e a República Democrática do Congo merecerão destaque, uma vez que, nestes países, o mercado imobiliário é cada vez mais emergente.
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