O terrorismo em Cabo Delgado causou a deslocação de cerca de 1.400 pessoas para a província da Zambézia, onde outros 2.000 cidadãos ressentem-se dos efeitos da Tempestade Tropical Ana. Este fenómeno, além de causar mortes e destruição de infra-estruturas públicas e privadas, deixou a população afectada numa situação de ajuda humanitária, segundo Nelson Jossamo, Delegado Provincial do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) na Zambézia.
Neste momento, as vítimas encontram-se reassentadas em mais de 60 bairros de alguns distritos da Zambézia. Para satisfazer às necessidades do grupo, em situação de calamidade, o Governo da Zambézia e os parceiros desdobram-se em acções com vista a apoiar as vítimas do terrorismo e da Tempestade Tropical Ana, disse Nelson Jossamo, num encontro com a Fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC), naquela província.
De acordo com o Delegado Provincial do INGD na Zambézia, é preciso juntar esforços para dar apoio à população carenciada. Neste sentido, o INGD já dispõe de produtos alimentares como arroz, farinha de milho, açúcar, sal, óleo alimentar e outros não perecíveis.
Entretanto, os produtos são insuficientes, sendo preciso também o material escolar para apoiar as crianças.
O representante do INGD na Zambézia saudou as iniciativas da MASC, destacando o facto de este projecto estar a ajudar na dinamização da agricultura, promoção de emprego e renda familiar.
“Nos bairros de reassentamento, há jovens, mulheres solteiras e viúvas que precisam de ser capacitados em matérias diversas para que saibam gerir os seus projectos de forma sustentável. Neste momento, o Governo e os parceiros estão apoiar as vítimas com insumos agrícolas. Nos bairros de reassentamento, já há grupos de alfaiates, fabrico e venda de bolos. Neste aspecto, precisamos de realizar uma auscultação comunitária para aprofundar mais sobre as prioridades no terreno”, disse Nelson Jossamo.
O responsável defendeu que a transferência da população afectada pela Tempestade Tropical Ana e os deslocados dos centros de acomodação para os bairros de reassentamento visa promover a igualdade e evitar a marginalização nas comunidades.
Nelson Jossamo avançou que as vítimas encontram-se reassentadas nos distritos de Morrumbala, Mopeia, Milange, Alto Molócuè, Luabo, Maganja da Costa, Namacurra, Chinde, Gurué, Mocuba, entre outros.
De referir que, em Julho de 2021, a Fundação MASC visitou parte da população deslocada em Namacurra, devido ao terrorismo em Cabo Delgado. Naquele distrito já há terra para a implementação de actividades agrícolas.
Enviar um comentário