Vários cidadãos da baía de Pemba, a capital de Cabo Delgado, não estão a cumprir as medidas previstas no Decreto Presidencial sobre o Estado de Calamidade Pública, para prevenir e combater o COVID-19.
O uso de máscaras em locais de aglomeração, o distanciamento social e a higienização, são algumas medidas que estão a ser ignoradas perante o olhar impávido e sereno das autoridades, que aparentemente não conseguem fazer cumprir com o Decreto Presidencial.
“O País” saiu à rua e algumas pessoas não conseguiram explicar por que motivo não respeitam as medidas contra a pandemia. Outras deram respostas que deixaram claro que andam a leste de tudo o que se passa no mundo à volta do vírus de desde Dezembro passado flagela sem discriminação.
“Na verdade, não sabemos se esta doença [a COVID-19] existe no nosso país ou não, porque nunca vimos a olho nu um doente com Coronavírus”, afirmou Zilene Eusébio, uma jovem estudante.
Apesar disso, há quem parece ter consciência de que o desleixo no incumprimento das medidas contra a COVID-19 pode ser fatal e reforça a necessidade de não colocar terceiros numa situação de risco.
“Se eu não usar a máscara” tudo torna-se “complicado e assustador. Estou preocupado” com aqueles que não observam as medidas contra o Coronavírus, explicou Alúcia Rachide, salientando se ela sai de “casa para a rua é por necessidade”.
Para inverter o cenário que ameaça a vida da população em Pemba, alguns cidadãos propõem o uso de força por parte das autoridades de modo a evitar que a cidade volte a registar a contaminação comunitária.
“A continuar assim [numa situação de desleixo], haverá muitas mortes. Penso que para a sociedade cumprir as medidas, o município e a Polícia devem fazer uma força conjunta e estar presente nos locais de aglomeração, para salvaguardar o bem maior que é a vida”, considerou Viegas Ausse.
Além de não usarem a máscara em locais de aglomeração, alguns cidadãos da baía de Pemba ignoram quase todas medidas decretadas pelo Presidente da República. Os transportes de passageiros andam sobrelotados. Alguns cidadãos continuam a vender bebidas alcoólicas nas barracas, onde proprietários e clientes recorrem a artimanhas para fintar as autoridades.
Entretanto, um dos poucos lugares em que as medidas previstas no Decreto Presidencial sobre o Estado de Calamidade Pública são cumpridas é a famosa praia do Wimbe. Apesar do intenso calor que se faz sentir na baía, “O País” não encontrou gente no local, situação considerada anormal, especialmente aos fins-de-semana.
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