CTA propõe a suspensão dos contratos de trabalho por seis meses devido a evolução do Coronavírus

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique CTA propõe a suspensão dos contratos de trabalho por seis meses, prorrogáveis em função da evolução da pandemia da Covid-19 nos próximos meses.

CTA propõe a suspensão dos contratos de trabalho por seis meses devido a evolução do Coronavírus

 Esta medida, segundo CTA, abrangeria os sectores do Turismo, Transportes, Indústria, Agricultura e Construção Civil, os mais afectados pela Pandemia.

Em Moçambique, os impactos da Covid-19 no sector empresarial estão estimados entre os USD 234 Milhões e USD 375 Milhões, sendo que o sector do Turismo figura como o mais afectado com perdas estimadas entre USD 53 Milhões e USD 71 Milhões. 

Por consequência, este é o sector que irá apresentar maior desaceleração em 2020. Como resultado da conjugação dos efeitos sectoriais do surto da Covid-19 estima-se que o crescimento económico de 2020 esteja 2.3 pontos percentuais abaixo do esperado, podendo crescer no intervalo entre 2 porcento e 2,3 porcento.

Por isso, a CTA sugere a implementação de medidas que passam pela associação de esforços do sector público, privado e parceiros de cooperação para a mobilização de recursos, uma vez que o grande objectivo destas medidas é ajudar as empresas a manter os empregos e mitigar a desaceleração económica que podem desembocar em impactos mais penalizadores no desenvolvimento económico ou níveis de pobreza.

O grupo de empresários moçambicanos aponta que, no total, o pacote de medidas imediatas a ser implementado para os sectores prioritários como do Turismo, Transportes, Indústria, Agricultura e Construção Civil tem um custo de USD 355 Milhões.

Na mesma senda, os impactos da Covid-19 poderão se fazer sentir através da balança comercial traduzindo-se pela redução das importações e exportações, uma vez que grande parte dos países, principalmente os que fazem comércio com Moçambique, como é o caso da África do Sul e China, estão a adoptar medidas bastante restritivas ao comércio. Igualmente, espera-se que o volume de investimento possa ser afectado pela redução do fluxo de investimento directo estrangeiro ou pelo adiamento de iniciativas empresariais.

E como resultado da auscultação ao sector empresarial sobre os prováveis impactos desta Pandemia nos seus negócios, apurou-se que os sectores que se apresentam como os consideravelmente afectados e potenciais afectados, dependendo da evolução desta pandemia nos próximos meses, são o sector do Turismo, Transportes, Agricultura, Indústria e Construção.

O sector do turismo pode registar perdas em cerca de 3.4 mil milhões de meticais
O sector do turismo será o mais afectado por esta pandemia, pois os dados de grande parte dos operadores do sector do Turismo no país sugere que, no mês de Janeiro, tiveram perdas de cerca de 35%, 45% em Fevereiro e 65% em Março face a iguais períodos de 2019. 

Portanto, em média, ao longo do primeiro trimestre, o sector do Turismo teve perdas estimadas em 48% face ao primeiro trimestre de 2019, e se o cenário se deteriorar ainda no decurso do primeiro semestre, conforme sugere a evolução de reservas das instâncias turísticas canceladas, o volume de perdas poderá duplicar, uma vez que a maior parte das instâncias turísticas iriam suspender ou encerar as suas actividades.

Considerando que esta situação se observe, num cenário optimista, o desempenho do sector do turismo poderá cair em cerca de 80% primeiro semestre de 2020, o que se traduz numa perda de aproximadamente 3.4 mil milhões de meticais. 

Contudo, as informações do sector empresarial sugerem que, num cenário pessimista, este sector poderá cair em cerca de 95 % no primeiro semestre de 2020, que se traduz numa perda de negócio no sector estimada em 4,6 mil milhões meticais.

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