COVID-19: Confinamento em casa vai condenar milhares à fome em Moçambique, avisa ONG

O Centro de Democracia e Desenvolvimento, organização não-governamental (ONG) sedeada em Moçambique, considera que milhares de famílias vão passar fome caso haja uma medida de confinamento em casa para prevenir a propagação do novo coronavírus.

COVID-19: Confinamento em casa vai condenar milhares à fome em Moçambique, avisa ONG


O Conselho de Estado de Moçambique aconselhou na sexta-feira o Presidente da República, Filipe Nyusi, a declarar o estado de emergência face à ameaça de propagação do novo coronavírus, numa altura em que há registo oficial de oito casos no país, sem mortes.

O Centro de Democracia e Desenvolvimento (CDD) assinalou que se tal acontecer, e obrigar a permanecer em casa, será colocada em causa a sobrevivência de milhões de moçambicanos que dependem da economia informal.

“Impor a estas famílias [que dependem de economia informal] a obrigatoriedade de permanecerem em casa, isto é, sem sair à rua para a busca de sobrevivência, significa condená-las a passar dias de fome”, frisou a ONG.

Milhares de pessoas precisam de fazer trabalhos diários, sobretudo no comércio informal, na pesca artesanal e na agricultura de sobrevivência para garantir pelo menos uma refeição por dia, referiu.

Em causa, prosseguiu a organização, está a vida de famílias com rendimentos diários de longe insuficientes para garantir comida e outras despesas como luz e água, para dois dias.
O CDD refere que o Presidente da República deve ponderar todas as consequências negativas que podem advir da declaração do estado de emergência, sobretudo para as famílias com baixos rendimentos.

Nesse sentido, defendeu, numa primeira fase, o estado de emergência deve incidir sobre atividades e serviços não essenciais em tempo de crise, como restaurantes, bares e barracas de venda de álcool.

“Estes serviços constituem um risco de propagação da doença, devido à grande concentração de pessoas. É verdade que há famílias cuja sobrevivência depende da venda de refeições e bebidas alcoólicas, mas o CDD entende esta medida seria a menos gravosa, neste momento”, notou o documento.

Lusa

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