PGR ouviu deputados da Renamo para "esclarecimentos" sobre ataques na região centro

A Procuradoria-Geral da República de ouviu ontem (8) António Muchanga, deputado da Renamo, principal partido da oposição, para esclarecimentos sobre a sua eventual ligação aos autores dos ataques armados na região centro, que o próprio negou.

PGR ouviu deputados da Renamo para "esclarecimentos" sobre ataques na região centro

"Falam de querer esclarecer uma suposta informação que alguém disse na Zambézia de que [eu] era da Junta Militar [da Renamo]", afirmou António Muchanga à Lusa.

A acusação foi feita em novembro do ano passado por um grupo de seis jovens supostamente recrutados com o apoio de quadros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), para protagonizarem ataques armados, em declarações à comunicação social, no comando da polícia da província da Zambézia.

António Muchanga disse que "a tal pessoa deve explicar" de que forma ele teria dado apoio à autoproclamada Junta Militar da Renamo, acusada de atos de violência nas províncias de Manica e Sofala.

"Dou transporte, pago energia, dou papel ou celulares?", questionou.
O deputado negou ter qualquer "relação com a Junta Militar", afirmando que quando foi candidato a governador para a província de Maputo teve a sua campanha eleitoral "prejudicada" por aquele grupo.

O líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, apelou ao eleitorado para não votar no candidato e líder do partido, Ossufo Momade, nas eleições presidenciais de 15 de outubro - que decorreram em simultâneo com as legislativas e provinciais-, ameaçando com atos de violência em caso de vitória deste, por o considerar traidor.

A comunicação social moçambicana dá conta de que a PGR notificou igualmente, para audições, a chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares, o ex-secretário-geral do partido Manuel Bissopo, e Elias Dhlakama, irmão do falecido líder do partido Afonso Dhlakama.

Os quadros da Renamo notificados pela PGR foram acusados no ano passado de estarem envolvidos no recrutamento de jovens para a autodenominada Junta Militar da Renamo, um grupo dissidente da guerrilha do principal partido da oposição, ao qual a polícia atribui a autoria dos ataques armados no centro e norte do país, acusação negada pelo líder, Mariano Nhongo.

Lusa

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