André Matsangaíssa Júnior, membro da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, promete novos ataques caso membros da sua família, que foram raptados, não sejam libertados. FRELIMO diz-se preocupada com violência.
André Matsangaíssa Júnior diz que o último contacto que teve com os seus familiares, que terão sido raptados há quase um mês, foi a 27 de dezembro. A partir daí, não teve mais informações.
Em entrevista à DW África, o guerrilheiro da autoproclamada "Junta Militar" conta que os supostos raptores lhe disseram que pertenciam às Forças de Defesa e Segurança, exigindo-lhe dois milhões de dólares em resgate e que se entregasse às autoridades. Mas Matsangaíssa diz não ter dinheiro para pagar e recusa ceder. "Não me vou apresentar nem em nenhum dia", afirma.
A polícia rejeita comentar o caso, alegando que ainda não recebeu qualquer queixa sobre o alegado rapto.
Por telefone, a partir de local desconhecido, Matsangaíssa volta a ameaçar com ataques da "Junta Militar" no regresso às aulas, em fevereiro, se os seus familiares não forem libertados.
"Na província de Manica e Sofala não quero ver, este ano, [as turmas] da primeira à sétima classe. Não quero ver sequer a cara de nenhum professor nestas escolas", diz.
Recentemente, o líder da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, Mariano Nhongo, também prometeu novos ataques se, na próxima semana, os deputados do partido da oposição ocuparem os seus assentos no Parlamento e Filipe Nyusi tomar posse como Presidente da República.
Pelo menos 21 pessoas morreram desde agosto de 2019 em ataques de grupos armados no centro de Moçambique, atribuídos a guerrilheiros da RENAMO.
Lusa
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