Mais de um milhão de pessoas poderão ser excluídas do processo eleitoral

Desde a fase da preparação até ao início e decorrer do recenseamento eleitoral, a plataforma da sociedade civil de observação eleitoral, Sala da Paz, sempre esteve de olho posto no processo. 
Mais de um milhão de pessoas poderão ser excluídas do processo eleitoral

Assim, faltando uma semana para o término do processo, a organização denuncia a existência de irregularidades que mancham o processo e que podem culminar com a exclusão de mais de um milhão de potenciais eleitores.

Alguns desses problemas, já haviam sido arrolados pela plataforma, mas quando falta uma semana para o fim do processo, ainda os mesmos persistem e minam o processo, nomeadamente: Paralisações constantes provocadas por inexistência ou fragilidade de fontes alternativas de energias nas províncias de Manica, Zambézia, Sofala e Niassa. 

Há postos de recenseamento que nunca funcionaram desde o início do processo alegadamente por problemas técnicos em Nampula, Sofala e Zambézia; recolha de cartões de eleitores por parte de pessoas associadas ao partido Frelimo para fins não claros em Nampula, Manica, Manhiça, na província de Maputo; e persistência de ataques armados em algumas zonas da província de Cabo Delgado, o último dos quais foi registado no 17 de Maio.  

“Reforço da equipa técnica a nível do distrito, a que existe, até ao momento, não tem sido suficiente a assistência em tempo útil, causando desmotivação e desistência de potenciais eleitores”, constatou Fernanda Lobato, membro da Sala da Paz, acrescentando que deve ser feito o fortalecimento de medidas de segurança em zonas propensas a ataques em Cabo Delgado.  

Para a Sala da Paz, por estes e outros motivos, os órgãos de gestão eleitoral não poderão cumprir com a meta prevista. Ou seja, até ao fim do processo, a plataforma da sociedade civil prevê que se recenseiem 82% da meta, inicialmente estipulada.


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