A empresa aérea esteve em queda em 2020, com um prejuízo de seis mil milhões de meticais. E, para o ano 2021, a companhia participada maioritariamente pelo Estado esperava adquirir 10 aeronaves, tendo também falhado este objectivo.
A situação da empresa Linhas Aéreas de Moçambique é cada vez mais decadente, a avaliar pelos relatórios e contas da firma.
O mais recente, referente ao exercício económico de 2020, aponta para prejuízos na ordem dos seis mil milhões de meticais (-6.027.757.054 MT).
São resultados negativos que reduziram para menos de zero os ganhos obtidos pela empresa com a venda de bens e serviços, entre os quais o transporte de passageiros, de carga e correios. Com estes serviços, a companhia tinha conseguido resultados operacionais de cerca de 4.4 mil milhões de meticais.
Comparando com os anos anteriores, o prejuízo de 2020 é o mais elevado desde 2016, apontam os Relatórios e Contas disponíveis na página electrónica da empresa. Em 2019, o resultado negativo foi na ordem dos 3.6 mil milhões de meticais, depois de, em 2018, os prejuízos terem sido de cerca de 2.8 mil milhões. Já em 2017, as contas também estavam no vermelho (-2.088.030.607), um prejuízo menor quando olhamos para 2016, quando a queda da empresa aérea foi de cerca de três mil milhões de meticais.
A LAM não publicou, entretanto, os relatórios e contas de 2013 a 2015, na sua página electrónica.
A crise que a companhia tem estado a viver já levou o Governo a repensar a sua reestruturação. Em 2018, dados os cancelamentos sistemáticos de voos, por falta de dinheiro para abastecer as aeronaves, o Governo garantiu estar a acelerar o processo de busca de parceiros “estratégicos”, de modo a viabilizar a Linhas Aéreas de Moçambique, no quadro da restruturação de empresas públicas e participadas pelo Estado.
Quatro anos passaram e não foi anunciado o desfecho deste processo.
E as metas internas da companhia têm resultado no fracasso. Exemplo disso é a promessa que o director-geral, João Carlos Pó Jorge, deixou em 2019, em entrevista no canal de televisão Stv, de compra de novas aeronaves até 2021.
“Nós temos que ter uma frota renovada e estamos a pensar em chegar ao fim de 2021 com quatro a cinco Boing 737 MAX, de preferência, que são os novos aviões, e uma frota de Q400, entre quatro a cinco, mas novos e não usados, como temos estado a fazer”, disse, na altura, João Carlos Pó Jorge.
Sucede que 2021 passou e, neste 2022, a companhia da bandeira nacional opera com uma frota de seis aeronaves. Pior, são todas alugadas.
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