Médicos recebem parte dos valores das horas extras em dívida na província de Sofala

 Depois das ameaças de greve, veio a bonança, mas à metade. Os médicos, que protestavam contra a falta do pagamento das horas extras em Sofala, já receberam parcialmente os valores em dívida que variam de 150 a 300 mil meticais.




Afectos às diversas unidades sanitárias da província, com maior incidência para o Hospital Central da Beira (HCB), os 120 médicos, que na semana passada reivindicavam o pagamento de seus ordenados referentes às horas extras, estão agora com o seu problema resolvido, pelo menos parcialmente, o que lhes faz vestirem de novo a batina branca e retomar à nobre missão de cuidar da saúde dos cidadãos.


Apesar de a dívida não ter sido paga na sua totalidade, os médicos, entre os quais 44 especialistas e 76 clínicos-gerais, depositaram “meia confiança” às promessas das autoridades sanitárias, na esperança de ver o valor liquidado.


Três dias depois de os médicos terem ameaçado paralisar as actividades, a Direcção do HCB garantiu que os mesmos receberiam os dinheiros antes do fim do ano, facto que aconteceu nos últimos dois dias, segundo confirmaram os próprios médicos.


“A dívida que estávamos a reivindicar não era a única. Há outras, de 2020, também horas extras que entraram em exercício findo. O grito de socorro junto à direcção do hospital, Associação dos Médicos e entidades governamentais, tinham por objectivo evitar o risco de ver as horas extras deste ano a transitar para o exercício de 2022. A dívida corrente, grande parte foi resolvida, entre esta terça e quarta-feira, faltando apenas um mês, que, segundo a direcção do HCB, será paga no próximo mês”, explicou Pinto Alfinete, representante dos médicos.


Contudo, os médicos sentem-se prejudicados, porque, de acordo com os mesmos, sem entrar em detalhes, a modalidade, que foi usada pelo Ministério da Economia e Finanças (MEF) para pagar as suas dívidas, choca com a lei.


“Existe um regulamento para o pagamento das nossas horas extras, aprovado pela Assembleia da República que é do conhecimento do MEF, mas que, infelizmente, não foi usado neste processo e, portanto, os valores que estávamos à espera foram inferiores. Infelizmente, isto acontece apenas em Sofala, por isso nos preocupa. Contudo, vamos continuar a reclamar, vamos continuar a pedir e vamos continuar a trabalhar. O gesto do Governo em pagar parte das nossas horas extras merece, entretanto, o nosso agradecimento. É um grande passo”, terminou Alfinete.

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