Pelo menos 130 famílias têm as casas dentro da água, devido às chuvas que caíram, na última quinta-feira, na Cidade de Maputo.
A informação foi avançada pela Delegada do Instituto Nacional de Gestão de Riscos de Desastres, Esselina Muzima, que Albazine, Costa do Sol, Laulane, FPLM e Mavalane B, são as zonas mais críticas, com mais casas alagadas.
“Não temos perspectivas de criar um centro de acomodação porque ainda não se mostra necessário, continuamos a fazer visitas de monitoria para ver a situação, mas em quase todas casas a água já está a baixar, em KaMavota, KaMubukwana a KaLhamanculo”, disse.
Para além das inundações nas casas, a delegada referenciou ainda, as inundações nas vias, que provocam condicionamento de trânsito, por isso, garantiu que o município já está a fazer o bombeamento e sucção de água, para melhorar as condições das famílias e permitir a transitabilidade das ruas.
“Para o caso de Mavalane e Chamanculo foi feita a sucção de águas ontem e, hoje quando voltamos para visita, a situação estava melhor e as pessoas voltaram a sua vida normal, tínhamos um grande problema no Hulene B, que abriu-se uma cratera também”, avançou, Esselina Muzima.
Para além desses estragos, houve o registo de um painel de publicidade que caiu por cima de um carro na avenida 24 de Julho.
POPULAÇÃO MAIS UMA VEZ PEDE SOCORRO
Teresinha Alberto, já é idosa, não sabe ao certo quantos anos tem e vive no bairro Costa do Sol há muitos anos, contou que sempre que chove o problema vem à tona, as casas ficam inundadas e as águas estragam “o pouco que têm”.
“Tive que colocar tudo em cima da mesa, outras coisas fui deixar nos meus vizinhos, outras molharam e não tive como recuperar. Minha mobília está toda estragada por causa da água e tive que pedir aos meus vizinhos para dormirem com os meus netos”, contou a idosa.
Enquanto vovó Teresinha levou seus netos para casa dos vizinhos, Aida João e toda sua família são obrigadas a abandonar a casa, até as águas baixarem, a equipa do jornal “O País” interpelou a fonte enquanto carregava seus bens, para colocar num camião que a levaria para casa da sua mãe.
Segundo relatou, as águas estão na altura do joelho e não há condições de dormir, ou fazer qualquer actividade dentro de casa, e as águas levam entre uma ou duas semanas para secar totalmente.
“Estamos a pedir socorro, todos anos é mesma coisa, temos que andar descalços, as crianças já estão a sair fungos nos pés, por causa desta água. E para irmos trabalhar, devemos levar botas e quando chegamos na paragem de transporte, usamos outros calçados, isso não é vida”, disse a munícipe que quer um outro lugar para viver.
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