ONU revela que COVID-19 agrava trabalho infantil em África

 Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre pobreza extrema revelou ontem que o aumento do trabalho infantil, que se tem registado durante a pandemia da COVID-19, pode transformar-se em desvantagem muito grande, em especial para África.



O relator especial das Nações Unidas sobre Pobreza Extrema e Direitos Humanos, Olivier de Schutter, citando o UNICEF, sublinhou que, até 2020, havia mais de 160 milhões de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil em todo o mundo, um número que aumentou significativamente devido à pandemia, e que esta dimensão social vai transferir os impactos da COVID-19 para gerações futuras, segundo escreve o Notícias ao Minuto.


“O que aconteceu em muitos países é que houve o encerramento das escolas, por períodos mais ou menos longos, e muitas crianças perderam o contacto com a Educação, porque não têm acesso à internet em casa”, acrescentou Olivier de Schutter.


O relator explica que umas das razões que leva as crianças a enveredarem pelo trabalho infantil tem a ver com o facto de estas terem de trabalhar para sustentar as suas famílias que perderam fontes de rendimento ou para aumentar o rendimento colectivo.


Olivier de Schutter disse, ainda, que a falta de protecção social, especialmente nos países africanos, possibilitou o ciclo vicioso da pandemia da COVID-19 que não só afecta os adultos de hoje, mas também vai afectar as gerações futuras.


“As crianças, que abandonaram a escola ou cujos resultados educacionais se agravaram como resultado da crise, formam realmente um ‘handicap’ muito forte que o continente pode ter de enfrentar”, disse o especialista, denunciando a gravidade do problema.


Por seu turno, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o UNICEF alertaram, segundo o Notícias ao Minuto, num relatório de 10 de Junho, que o número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil chegou a 160 milhões em todo o mundo — um aumento de 8,4 milhões de meninas e meninos nos últimos quatro anos, de 2016 a 2020.


“Outros 8,9 milhões correm o risco de ingressar nessa situação até 2022, devido aos impactos da COVID-19”, indica ainda o relatório.

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