No prosseguimento do seu depoimento na tarde desta quinta-feira, no Tribunal que julga os envolvidos no caso das dívidas ocultas, o réu Bruno Langa fez uma declaração grave: “Fui ameaçado pelo Procurador Alberto Paulo para fazer essas declarações.”
Bruno Langa disse ainda que foi ameaçado para assinar o depoimento que deu à Procuradoria-Geral da República, aquando da instrução preparatória do processo das dívidas ocultas. Entretanto, o Ministério Público confrontou o réu com a contestação feita pelo seu advogado, com a acta que contém a sua assinatura, assim como com os depoimentos prestados aquando da legalização da sua prisão.
“Eu só fiquei cinco minutos a prestar depoimentos. Eu não fiz essas declarações ao Procurador Délio Portugal. Isso que está aí é mentira. Eu não disse nada disso que está escrito”, distancia-se Bruno Langa.
Langa disse à Magistrada do Ministério Público, Ana Sheila Marrengula, que assinou o documento porque foi tudo rápido. “A assinatura foi copiada e depois o texto passado por cima. A assinatura é igual à minha”, reiterou.
O Juiz Efigénio Baptista também confrontou o réu com as declarações que não batem com as feitas esta quinta-feira, no Tribunal.
“Eu não tenho nada a ver com isso. As assinaturas podem ser falsificadas”, disse Langa, com um tom exaltado.
A procuradora Ana Sheila Marrengula passou boa parte do tempo a ler documentos sobre declarações anteriores do réu, que contrariam o que diz no julgamento em curso.
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