Um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) é indiciado de matar um jovem de 18 anos de idade na vila de Moamba, província de Maputo. O Comando Provincial assume o facto, promete responsabilizar o agente e alega tratar-se de erro na actuação. A família da vítima e a comunidade local exigem justiça.
Fátima Machava é uma mãe inconsolável, exige que a justiça seja feita pela morte do seu caçula, que terá sido vítima de uma alegada má actuação de um dos agentes da PRM.
“Gostava que este caso fosse seguido para saber se, quando comete um crime, a pessoa é morta ou não. Pelo que sei, não é morta, é detida para que seja responsabilizada. Gostava que este caso fosse seguido e saber das pessoas que chamaram a Polícia se terão dito para matar o meu filho ou houve acidente”.
Segundo as testemunhas, o baleamento do jovem foi decorrente de uma rixa entre grupos de amigos que estavam a cobrar dinheiro um a outro, resultante do consumo de bebidas alcoólicas de fabrico caseiro. E face à resistência de um dos grupos em pagar o dinheiro em causa e perante ameaças proferidas pelos beligerantes, foi chamada a Polícia para intervir e, quando o agente chegou, supostamente atirou à queima-roupa contra o jovem que caiu num pátio de um quintal vizinho. Admiro Jalane, um dos amigos, conta que, perante a briga, se puseram a correr e o agente em perseguição atirou e alvejou-o.
O outro jovem, que integrava o grupo rival na contenda, exige que o agente envolvido no baleamento seja responsabilizado. “Peço que o agente da Polícia responsável pelo boleamento seja apresentado publicamente e seja responsabilizado pelos seus actos”, exortou Pércio Alexandre.
O crime chocou os residentes do bairro Central da Vila de Moamba. Carlos Pelembe, chefe de quarteirão 9 que, no passado, foi militar e serviu o exército, condena a actuação do agente da PRM. “A bala não vai logo no corpo do indivíduo; podia disparar para o ar” – foi assim que Pelembe reagiu sobre a morte daquele jovem que é descrito como calmo e trabalhador.
A porta-voz do Comando Provincial da PRM em Maputo, Carminia Leite, lamenta o sucedido e diz que o agente indiciado será responsabilizado e a corporação assumiu as despesas fúnebres da vítima.
“A Polícia da República de Moçambique, ao nível da província de Maputo, chama atenção a todos os membros da PRM para observarem, com muito cuidado, o manuseio de armas de fogo por forma a evitar situações similares.”
De referir que o agente em causa estava afecto ao Comando Distrital da PRM em Moamba e está, neste momento, preso depois de ter sido legalizada a sua prisão, e espera-se que seja brevemente apresentado a um juiz para ser julgado pelo acto cometido.
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