Há seis anos em que o Instituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza (IICAEG), na província de Maputo, não emite certificados. Mais de 300 estudantes estão afectados e a direcção não tem, ainda, uma solução à vista.
No mercado desde 2007, oInstituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza (IICAEG), localizado na província de Maputo, não emite certificados do fim do curso desde 2015. A dificuldade em emitir aquele tipo de documento está a afectar mais de 300 estudantes que terminaram a formação e pretendam ingressar no ensino superior ou procurar emprego.
“Apareceram oportunidades de emprego e perdemos por não ter certificados”, revelou Ricardo Ngovene, estudante que concluiu a formação em 2017. “Eu admiti na Universidade Eduardo Mandlane, estou para fazer o curso e deram o prazo de três meses para apresentar o certificado”, desabafou Sabina Albino.
Estes são exemplos de algumas das muitas frustrações dos mais de 300 estudantes que deram a cara para denunciar que o Instituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza, na província de Maputo, não emite certificados do fim de curso desde 2015.
“Eles devem dizer alguma coisa para que nós fiquemos satisfeitos, porque parece que fomos formados para nada. Gastei três anos na carteira a estudar, entrando das 07 às 17h para nada”, exigiu Ricardo Ngovene, num tom de frustração.
Os referidos certificados estão congelados por razões que os estudantes desconhecem e, por causa disso, perdem muitas oportunidades de emprego e muitas incertezas alimentam o futuro sobre a formação no ensino superior.
“É o meu futuro académico que está em jogo por causa da instituição. Não sei, ao certo, o que está a acontecer, mas eles não estão a fazer caso do assunto. É como se o mesmo não lhes dissesse respeito. Formamo-nos para nos virar”, referiu Sabina Albino, sem deixar de lado as oportunidades que se foram por falta de certificado.
“A EDM lançou um concurso e nenhum dos colegas, que concluíram a formação em 2019, conseguiu concorrer para a vaga em 2020. São oportunidades que estamos a perder”, exemplificou a estudante.
Se é do pequeno que se torce o pepino, a falta de emissão de certificados já se previa logo no início da formação. “Quando estávamos a iniciar as aulas, disseram que, quando terminássemos o primeiro ano, podíamos emitir o pedido de certificado, mas, sempre que fossemos à secretaria, diziam que não era possível e só teríamos no fim do curso”, lembrou Sidónio Rafael, estudante do instituto.
Os problemas não param por aí: “Se só os recibos de matrícula a escola consegue perder, imagine certificados e diplomas que já foram guardados há muito tempo? Alguns já não têm os recibos do que foram requerer e vai ser complicado, porque vamos ter que fazer depósitos e fazer requerimentos. É complicado”, disse num tom de resignação.
A direcção do Instituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza reconhece a morosidade na emissão de certificados e justifica que o problema se deve às reformas na instituição que pressupõem a passagem de um sistema clássico de formação para modular.
“Eu acredito que é normal que, numa situação em que há reforma, aconteçam situações que dificultam a emissão de um ou outro documento e a instituição está a trabalhar nesse aspecto”, tranquilizou Stélio Tivane, o Director do Instituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza.
Stélio Tivane não promete datas para o fim do problema e diz ser já do conhecimento do sector que superintende o Ensino Técnico-Profissional.
“É uma situação do conhecimento geral e nós temos interagido a partir da Secretaria de Estado, Direcção Nacional do Ensino Técnico até com a própria Autoridade Nacional de Educação Profissional para podermos colmatar essa situação”, acrescentou Stélio Tivane. Enquanto não se emitem os certificados, o Instituto atribui um documento aos finalistas, que, segundo os estudantes, é rejeitado por algumas entidades.
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