O cidadão baleado, supostamente, por um agente do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), no passado sábado, na Beira, já está fora de perigo e os familiares continuam a exigir que a justiça seja feita, tendo em conta que o autor do crime está, aparentemente, impune.
A vítima, que responde pelo nome de Valindo Reginaldo, disse que, minutos antes do baleamento, se encontrava na companhia de um amigo, por sinal, um guarda-fronteira, próximo da sua residência a conversarem. O agente do SERNIC, que é o seu vizinho, estava a caminhar na rua, em direcção à sua casa quando se aproximou aos dois.
“Ele primeiro cumprimentou-nos e perguntou quem era a pessoa que estava comigo. Expliquei-lhe que era um amigo e um elemento das Forças de Defesa e Segurança. Infelizmente, o meu vizinho, aparentemente embriagado, alegou que ele era um malfeitor. Iniciou uma acesa discussão entre o meu vizinho e o meu amigo. Na tentativa de amainar os ânimos, o agente do SERNIC sacou a pistola e disparou vários tiros. De repente, desmeai e, quando despertei, estava numa sala de tratamento”, explicou Reginaldo.
Tal como os seus vizinhos, Reginaldo referiu, também, que o agente em causa tem um comportamento que preocupa o bairro onde vivem.
“Ele viola mulheres e, com recurso à sua arma, ameaça as suas vítimas e os vizinhos que tentam levar os casos à justiça, principalmente quando está sob efeito de álcool. A manifestação do sábado, no meu bairro, visava pôr fim a estes maus tratos”.
Nesta segunda-feira, os familiares dirigiram-se à Segunda Esquadra, na cidade da Beira, para exigir justiça, porque o agente em causa apenas ficou detido por algumas horas no passado sábado.
O SERNIC confirmou o envolvimento de um dos seus agentes no caso do baleamento em alusão. Alfeu Sitoe, Porta-voz do SERNIC, garantiu que o agente já foi detido e correm, neste momento, dois processos, um criminal e outro disciplinar.
De seguida, Sitoe avançou novos dados sobre o caso, tendo explicado ainda que a investigação preliminar concluiu que “o nosso colega, naquela madrugada depois de a vítima tê-lo cumprimentado e chamado pelo seu pseudónimo, Weia, o elemento da guarda-fronteira pôs-se a rir e a zombar-se de si.
“Nisto, o nosso colega, que saía de mais uma jornada laboral, sacou a pistola e o agente de guara-fronteira saltou e segurou-lhe o braço. Na tentativa de evitar que a arma fosse arrancada e aquela pressão também contribuiu para que fossem disparados seis tiros. Uma das balas atingiu a vítima na parte lateral da barriga e a bala saiu do outro lado, atingindo o braço”.
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