A cidade de Maputo continua a registar partos fora das unidades sanitárias. Só no primeiro trimestre do ano em curso, houve registo de cerca de 300 partos não institucionais.
Em todos os anos, no dia 5 de Maio, a Confederação Internacional das Parteiras lidera a iniciativa mundial que visa comemorar o Dia Internacional da Parteira, profissional de saúde cuja função é ajudar e atender as mulheres gestantes a darem à luz, assim como prestar cuidados sanitários aos recém-nascidos. Este trabalho está integrado no Serviço Materno-Infantil (SMI).
Ana Lucas Capianga, parteira há 28 anos, já trabalhou em diferentes regiões do país e, neste momento, encontra-se no Centro de Saúde da Malhangalene, na Cidade de Maputo. Ela conta que ainda se lembra das primeiras crianças que vieram ao mundo com a sua ajuda e diz estar muito orgulhosa pelo seu percurso.
“Eu fico muito feliz em ver, hoje, uma doutora que passou pelas minhas mãos, tendo sido, eu, a primeira pessoa a pegá-la, sinto-me muito feliz, daí começo a analisar que é o meu bom trabalho que faz com que existam pessoas de várias áreas em todo o país”.
Há, nisto tudo, os profissionais no sector da Saúde Materno-Infantil, não obstante em número ainda insuficiente. Inês Samuel, de 31 anos de idade dos quais dois como parteira, ela é da nova geração de profissionais e com ambições bem claras – prosseguir a formação para contribuir na melhoria dos serviços de saúde a prestar à sociedade.
“Falando desses dois anos como parteira, dizer que não é fácil, a pessoa tem que ter força e vontade para trabalhar e mostrar com garras que está para salvar vidas”, disse a profissional que se juntou a vários colegas para assinalar a data através de cânticos e danças.
A cidade de Maputo possui 35 unidades sanitárias e, dessas, só 16 possuem maternidades nas quais trabalham, até ao momento, 261 parteiras e, como se vê, os números ainda não são satisfatórios. De acordo com Bélia Xirinda, Directora Municipal de Saúde, para o ano em curso, foram planificadas 53 559 consultas pré-natais e já foram realizadas, no primeiro trimestre de 2021, 9940, o que representa 19% do planificado.
Quanto aos partos institucionais, estão planificados, na Cidade de Maputo, 35 306 para todo o ano e já foram realizados mil e oito (10008), o que representa 28%, no entanto, ainda assim, há partos que ocorrem fora das unidades sanitárias.
Belia Xirinda diz que já houve momentos piores. “Ainda temos partos fora das maternidades e registamos 300 neste primeiro trimestre; o número já foi ainda maior no passado, mas, com o tempo e com as acções de sensibilização em curso em palestras e seminários, os números estão a reduzir”
Na celebração de hoje, foi exibida uma peça teatral acompanhada de cantos em que as parteiras e activistas de Saúde Materno-Infantil demonstraram como decorre o parto na maternidade.
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