Executivo sem informação sobre desistência da Total no projecto de Gás

 Em prova oral, ontem no parlamento, o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane disse que “ainda não tenho informações de que o projecto não vai continuar”. Já João Machatine considerou, em representação do Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, que assim que as condições de segurança estiverem criadas “a construção das plataformas vai continuar”.



Na segunda vez em menos de 40 dias que o Governo presta informações ao parlamento, os recentes ataques terroristas na província de Cabo Delgado foram o pano de fundo. A encabeçar a equipa, o Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário abordou a assistência humanitária que, segundo o Executivo, está a beneficiar mais de 700 mil deslocados internos em todo o país.


“Esta assistência humanitária está a beneficiar 715 mil pessoas que se encontram nos centros transitórios de acomodação e nas famílias acolhedoras na Cidade de Pemba e nos distritos circunvizinhos. Continuamos também a providenciar assistência humanitária a cerca de 8 mil pessoas que se encontram em algumas zonas das províncias do centro do país”, disse.


Por outro lado reiterou que “na nossa abordagem de prevenção e combate ao terrorismo, a responsabilidade primária é dos moçambicanos”, acrescentando que “não se pode perder de vista que alguns desses domínios de apoio e assistência ao combate ao terrorismo são de carácter militar e por isso, o tratamento deste tipo de matérias sensíveis é geralmente reservado às Forças de Defesa e Segurança”.


Perante incertezas sobre a continuação do projecto liderado pela Total, depois da evacuação de todos os trabalhadores que construíam as infraestruturas de exploração em Afungi e da circulação de comunicados sobre a rescisão de contratos entre a Total e empresas prestadoras de serviços, o Ministro da Economia e Finanças tranquilizou.


“Não temos informações de que o projecto não vai andar”, afirmou, adiantando que “até agora o Governo está trabalhar para garantir paz em toda a província e a hipótese da insegurança causar problemas nos prazos não está a ser equacionada”, afirmou Adriano Maleiane.


João Machatine falou em nome de Max Tonela, Ministro dos Recursos Minerais e Energia e acrescentou. “Assim que estiver garantida a segurança das pessoas e bens das áreas afectadas pelo terrorismo de Cabo Delgado e em particular na zona da sua implantação irão retomar os trabalhos de construção das primeiras duas unidades de liquefacção de gás natural do Projecto Golfinho/Atum, para a liquefação de gás natural de 12 milhões de toneladas por ano, de acordo com o cronograma aprovado no Plano de Desenvolvimento aprovado pelo Governo”, disse Machatine.


Projectos à parte, os ataques já provocaram a destruição de várias infraestruturas públicas e privadas, incluíndo unidades sanitárias. “Trinta e uma unidades destruídas na província de Cabo Delgado, como resultado das acções dos terroristas, três unidades sanitárias destruídas na província de Manica como resultado da acção da Junta Militar da Renamo nesta zona”, informou Armindo Tiago.


O tema Cabo Delgado voltará a estar em destaque esta quinta-feira no parlamento, dia reservado a respostas às perguntas de insistência, visto que os deputados questionaram sobre os custos do pagamento à empresas militares privadas supostamente contratadas para apoiar o Governo no combate ao terrorismo.

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