O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e edil da cidade da Beira, Daviz Mbepo Simango, perdeu a vida, esta segunda-feira, na África do Sul, vítima de doença.
A morte do político, também membro do Conselho de Estado, foi confirmada “O País” pelo secretário-geral do MDM, José Domingos Manuel.
Há dias que Daviz Simango não gozava de boa saúde. No dia 13 de Fevereiro corrente, foi levado de emergência para África do Sul.
Em 1997, Daviz Simango aderiu à Renamo, principal partido da oposição em Moçambique. Por este partido, ele concorreu à presidência da cidade de Beira, em 2003, e conseguiu eleger-se.
A 20 de Setembro de 2008, ainda presidente do município da Beira, Daviz Simango, foi expulso da Renamo, por se candidatar como independente às eleições autárquicas de 19 de Novembro do mesmo ano.
O malogrado apresentou a sua formação política na Beira, onde foi eleito presidente, através da votação. Na altura, acumulou a pasta de secretário-geral enquanto o partido se organizava.
Em Março de 2009, o político fundou um novo partido, MDM, pelo qual concorreu como candidato presidencial nas eleições de Outubro de 2009. De lá a 2019, não parou de tentar chegar à Ponta Vermelha.
Licenciado em engenharia civil pela Universidade Eduardo Mondlane, Daviz Simango foi igualmente membro do Partido de Convenção Nacional (PCN).
Em 2013, foi reeleito presidente do Conselho Autárquico da Beira. Em 2018, Daviz voltou a concorrer pelo MDM, tendo repetido a façanha de se eleger, sobre a Frelimo e a Renamo.
Daviz Simango cumpria o quarto mandato como edil da Beira.
A sua morte não abre espaço para a realização de eleições intercalares. O autarca será substituído pelo segundo membro da lista que venceu o escrutínio em 2018, na Beira, de acordo com a lei que estabelece a implantação das autarquias locais e a eleição dos titulares dos respectivos órgãos.
Daviz nasceu no dia 7 de Fevereiro de 1964, na Tanzânia. Ele é filho de Uria Simango, ex-vice-presidente da Frente de Libertação de Moçambique.
Através da sua conta no Facebook, o antigo Presidente da República, Armando Guebuza, reagiu à morte de Daviz afirmando que este “soube estar na política e contribuiu para fortalecer a nossa democracia”.
“MOÇAMBIQUE PERDE UMA DAS VOZES MAIS IMPORTANTES DA HISTÓRIA POLÍTICA”
Em vida, Daviz Simango “contribuiu sobremaneira para a consolidação da nossa democracia, através da sua dedicação à vida política e social do país, quer como líder partidário assim como membro do Conselho do Estado”, considera o Presidente da República, Filipe Nyusi, em mensagem endereçada à família do político.
“Foi com sentido de profundo pesar que recebemos a triste notícia do falecimento, por motivo de doença, do engenheiro Daviz Simango, presidente do Conselho Autárquico da Cidade da Beira, presidente e fundador do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e membro do Conselho do Estado”, diz o Chefe do Estado.
Segundo Filipe Nyusi, desde que foi acometido pela doença, “sempre estivemos esperançosos na sua recuperação. Com a sua partida prematura, Moçambique perde umas das vozes mais importantes da história política recente do país”.
As contribuições do presidente do MDM e autarca da Beira criaram novos valores no espaço político nacional, que “nos deram um grande avanço na consolidação da convivência pacífica e harmoniosa entre os moçambicanos”, acrescenta Nyusi e termina endereçando à família Simango, aos munícipes da Beira e aos membros do MDM, “as mais sentidas condolências”.
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