A selagem electrónica de carga transportada em contentores em trânsito para os países do hinterland, a partir do porto da Beira, em Sofala, já decorre normalmente, depois de uma paragem relacionada com a falta de selos.
Sérgio Zandamela, administrador executivo da Mozambique Electronic Cargo Trackink Services (MECTS), empresa responsável pela selagem electrónica, explicou que vários factores concorreram para a falta de selos, entre eles a redução das operações no Porto da Beira por conta da quadra festiva e a tempestade “Chalane”.
Depois desses dois episódios, o volume de carga em contentores duplicou. “O processo de reposição, a partir de Maputo”, não aconteceu “a tempo para evitar a paralisação das actividades. A reposição já foi feita e, neste momento, a capacidade instalada é para 260 camiões por dia, contra cerca de 200 que são as movimentações diárias e não 700, tendo em conta que nem todas as cargas estão em trânsito”, explicou Zandamela.
Refira-se que a ruptura do stock de selos electrónicos criou congestionamento dentro e fora do recinto portuário, durante três dias. Mas desde o passado domingo a circulação de pessoas e bens decorria normalmente, segundo confirmou Alberto Matiquire, um dos camionistas, em declarações ao “O País”.
“Está maravilhoso manusear cargas no porto da Beira, desde domingo. Ou seja, depois daquele congestionamento criado por falta de selos, as Alfândegas não permitiam que os carros se movimentassem sem selos”, disse Matiquire.
A Cornelder de Moçambique, empresa gestora do Porto da Beira, quer uma coordenação mais aprimorada na implementação do sistema.
“Melhorar o diálogo” vai permitir “a implementação bem-sucedida do sistema e, mais uma vez, nós entendemos os benefícios e méritos deste sistema. Temos apenas que o fazer da melhor forma”, pediu Anselmo Guila, director de operações da Cornelder de Moçambique.
A MECTS mostrou interesse em manter um permanente diálogo com a Cornelder de Moçambique, assim como com todas as partes interessadas no processo, na busca da melhor plataforma para que o sistema de selagem electrónica seja eficiente e beneficie o país.
A selagem é a colocação de dispositivo electrónico nas viaturas em trânsito no território nacional para os países vizinhos. É um aparelho que é possível de rastrear com objectivo de evitar a fuga ao fisco. Este é um problema que afecta a economia, de tal sorte que “cerca de 10 por cento do Produto Interno Bruto perde-se para o contrabando. Temos que canalizar estes recursos para a nossa economia”, defendeu Zandamela.
O processo iniciou, numa fase piloto, em meados do mês passado e não na passada segunda-feira, contrariamente ao que fizemos referência nas edições anteriores.
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