Afirma antigo porta-voz: Ataques armados violam a génese da Junta Militar

 OS ataques armados e a destruição de infra-estruturas públicas e privadas nas províncias de Manica e Sofala estão a desvirtuar a essência e o propósito da criação da Junta Militar da Renamo.


O posicionamento é do antigo porta-voz da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, Tenete-Coronel, João Machava, que afirma haver necessidade de encontrar uma plataforma para parar com a violência armada que está a trazer um impacto negativo no desenvolvimento do país.



João Machava entregou a sua arma em Vilankulo e aderiu ao processo Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), no quadro da implementação do Acordo de Paz de Maputo assinado a 6 Agosto do ano passado pelo Presidente da Republica, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.


Explicou que os ataques ordenados pelo Coronel-General, Mariano Nhongo, constituem violação grosseira dos objectivos da criação do grupo, que era de persuadir as lideranças do partido a encontrarem uma solução pacífica das pequenas diferenças que surgiram depois do congresso que elegeu Ossufo Momade como presidente da Renamo.


Aquele antigo oficial que desempenhava as funções de chefe dos efectivos da base de Ribye, no distrito de Mabote, em Inhambane, recentemente encerrada na implementação do DDR, disse que Mariano Nhongo está a ficar sozinho por causa das suas decisões de continuar com os ataques a alvos civis.


Disse numa entrevista exclusiva concedida ao “Notícias”, na cidade de Chókwè, província de Gaza, que muitos guerrilheiros, entre oficiais e praças, estão a se opor ao uso da força contra pessoas e bens para pressionar a liderança do partido a resolver as diferenças existentes.


“O General Nhongo deve parar de ordenar os ataques, porque estão a morrer inocentes. Deve ouvir a súplica do povo moçambicano e da comunidade internacional, porque a solução das reivindicações não está no povo e, muito menos, no Presidente da Republica, mas sim na própria Renamo”, disse  João Machava.


Apelou ao seu antigo aliado, Mariano Nhongo, para perceber que as suas ordens de atacar civis estão a penalizar todo o país e prejudicamsingulares que não conhecem as razões da criação dogrupoe quais os propósitos que persegue.


Revelou que ainda existem muitas zonas de penumbra nos guerrilheiros da Renamo, no que diz respeito ao DDR porque, segundo explicou, alguns oficiais têm a informação de que a condição para se beneficiar do mesmo é aceitar entrar como soldado raso, perdendo a sua categoria militar.


Segundo João Machava, o Governo, a Renamo e a comissão conjunta criada para a implementação do DDR devem continuar a dar a verdadeira informação de todas as condições previstas para que muitos adiram voluntariamente.


Afirmou que, na verdade, muitos guerrilheiros já não querem continuar no mato a combater contra seus irmão e contribuir para o retrocesso do país.

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