O vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, anunciou hoje a doação do seu salário ao comité técnico de resposta ao novo coronavírus enquanto durar a pandemia de covid-19 no país.
“Contribuirei com o meu salário durante toda a duração desta pandemia no nosso país. A partir deste mês, o meu salário será depositado na conta que o governo criou para a luta contra o coronavírus.
Posso observar uma cada vez mais rápida propagação da covid-19 e há uma necessidade urgente de reforçar as medidas”, afirmou, numa citação avançada pelo gabinete de imprensa da vice-presidência, assegurando a chegada em breve de mais equipamentos de proteção ao país.
Mais conhecido por ‘Teodorín’ Obiang, o vice-presidente acumula o cargo com a presidência do comité político de vigilância, resposta e luta contra a covid-19 e é também filho do presidente do país, Teodoro Obiang Nguema, que lidera a Guiné Equatorial desde 1979.
O percurso de Teodorín Obiang tem sido marcado pela polémica, tendo visto em fevereiro o tribunal de recurso de Paris confirmar a sentença de 2017 no processo dos “bens mal adquiridos” em França, que, inclusivamente, agravou a pena, ao tornar efetivo o pagamento da multa de 30 milhões de euros.
O vice-presidente da Guiné Equatorial foi condenado anteriormente por branqueamento de capitais com práticas corruptas no seu país, mantendo-se os três anos de prisão suspensa e o arresto de bens adquiridos em França no valor de 150 milhões de euros.
Paralelamente, 'Teodorín' teve já alguns bens apreendidos na Suíça, onde 25 dos seus carros de corrida foram arrestados e vendidos por 21 milhões de euros, doados então a um programa de ajuda social na Guiné Equatorial.
Contudo, 'Teodorín' continua a mostrar indícios de uma vida extravagante na plataforma social Instagram, onde partilha com regularidade fotografias das suas férias, que passa em iates, praias com águas cristalinas ou em festas, como o carnaval do Rio de Janeiro.
Com 315 casos de infeção e uma morte provocada pelo SARS-CoV-2 no país, a Guiné Equatorial lidera entre os países africanos que têm o português como língua oficial, seguido da Guiné-Bissau (257 e uma morte), Cabo Verde (122 e uma morte), Moçambique (79), Angola (27 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe tem 16 casos confirmados e uma morte.
Lusa
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