EUA pede “investigação completa e transparente” sobre tentativa de rapto de jornalista Matias Guente

A embaixada dos Estados Unidos em Maputo pediu ontem às autoridades moçambicanas uma "investigação completa e transparente" à tentativa de rapto, na terça-feira, do editor executivo do semanário Canal de Moçambique, Matias Guente.

EUA pede “investigação completa e transparente” sobre tentativa de rapto de jornalista Matias Guente


"Instamos a polícia, a procuradora-geral e outras autoridades moçambicanas relevantes para conduzirem uma investigação completa e transparente para garantir que os responsáveis por esse ato sejam rapidamente detidos e que respondam perante a lei", lê-se num comunicado divulgado ontem no 'site' da embaixada norte-americana em Maputo.

Apesar de reconhecer que ainda são desconhecidas as motivações, a embaixada destaca que a agressão a um jornalista constitui um atentado contra os valores do Estado de Direito democrático.

"Embora não tenhamos conhecimento dos motivos ou dos autores desse ato, a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão são pilares em qualquer sociedade democrática e um ataque a um jornalista é um ataque directo a esses valores", refere a nota da embaixada norte-americana.

A tentativa de rapto de Matias Guente ocorreu pelas 13:00 de terça-feira no bairro do Alto Maé, atrás do Estado Maior General, quase no centro da capital, disse à Lusa fonte do jornal.

O grupo, que se fazia transportar numa viatura de marca Toyota Corola de cor branca, estava armado e trazia também tacos de beisebol e de golfe, e terá seguido Matias Guente por algum tempo para posteriormente tentar obrigá-lo a entrar no seu veículo.

Matias Guente resistiu, foi agredido e fugiu para uma oficina na zona, tendo as pessoas que estavam a passar notado e começado a gritar por ajuda, levando o grupo a fugir.

No mesmo dia, o comandante geral da polícia, Bernardino Rafael, disse que a tentativa de rapto do editor executivo do Canal de Moçambique foi protagonizada por "aproveitadores que querem criar agitação", avançando que as investigações estão em curso.

Lusa

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