O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, diz que há problemas de percepção variada que criam recuos no processo de Desmobilização, Desarmamento e Integração (DDR) dos homens armados da Renamo.
"Aqui deparamo-nos com um problema de interpretação e que essa interpretação vai chegando tardiamente.
Quando a gente pensa que tudo correu bem, depois aparece uma interpretação diferente daquilo que foi o entendimento das duas partes quando assinaram o acordo", reagiu assim Joaquim Chissano às recentes declarações do Presidente da República, Filipe Nyusi, segundo as quais a Renamo estava a enviar oficias na reserva para a Polícia da República de Moçambique, no âmbito do processo de DDR em curso, envolvendo o Governo e a Renamo.
Chissano lembrou que um antigo Chefe-Adjunto do Estado-Maior General, vindo das fileiras da Renamo, tinha sido desmobilizado, tal como o Chefe de Estado-Maior General, nomeado pelo Governo, sendo que "não faz sentido" integrar estes oficiais na reserva.
Mesmo numa situação de impasse, o antigo Presidente da República e especialista em mediação de conflitos entende que o Governo e a Renamo vão encontrar uma saída, considerando que têm privilegiado o diálogo nas suas abordagens neste capítulo de DDR, que está também no pacote legislativo da descentralização em curso no país.
Enviar um comentário